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O Nome Não Importa

Sexta-feira. No facebook todos seus amigos faziam posts comemorando a chegada do tão esperado final de semana. As paginas das casas de show que gostava de frequentar, anunciavam efusivamente suas atrações noturnas. Seus amigos insistentemente lhe mandavam sms perguntando “qual a boa de hoje?”, mas pra ele nada fazia sentido. O seu estado depressivamente desanimador, contrastava com tudo que ele tinha vivido até uns dias atrás. “Baladeiro de oficio”, “pegador”, “pé de cana”… Era conhecido por vários adjetivos que faziam dele um cara popular e com certo prestigio com as mulheres.

Mas a ficha caiu. Abriu mão do seu grande amor pra viver na esbornia. Maltratou um coração com sentimentos puros, que o respeitava, independente de tudo o que ele já tinha feito com ela. Existia alguém que o amava verdadeiramente.

Ele não dava o braço a torcer. Tinha que manter uma pose, claro. Uma marra sagaz e debochada. “É disso que a mulherada gosta!”, vociferava pra quem quisesse ouvir.

Mari, uma garota simples, que vivia bem com todo mundo, que tratava quem quer que fosse da mesma forma e não escolhia pessoas para se relacionar. Tinha o dom de acolher a todos que estavam a sua volta com uma ternura angelical, um amor louco, inexplicável até para quem via de fora. Mas havia uma pessoa que ela amava de forma diferente. Ele não era melhor que ninguém e nem merecia um amor especial. Mas seu sentimento era diferente. O melhor amigo desde a infância, virou namoradinho na adolescência, que virou caso serio na juventude e que estava se tornando um estranho qualquer no presente. O cara que mexia com ela de uma forma impar, agora usa outras garotas para se tornar popular, pra tentar de alguma forma se afirmar. E isso provocava nela um contraditório desprezo. Logo ela, que amava sem distinção, sem o peso do merecimento, agora briga consigo mesma para tentar não sentir repudio por alguém. Pensava ser perfeita. E não ser a maltratava aos poucos.

Já havia dois meses que ele terminara com ela. E toda aquela ternura que ela resplandecia, já não exalava mais. Fora afetada pela tristeza e pelo desprezo que sentia por alguém que achava não merecer o seu amor. Na verdade, tudo isso era reflexo do medo de perder um amor diferente. Estava sendo consumida por outro sentimento que não sabia explicar. E resolveu mudar. Resolveu começar de novo. Dar a volta por cima. Procurar outro amor, que não a mudasse, mas que somasse a vida dela e refletisse no amor puro que ela sentia pelo ser humano.

Foi morar no interior. Não teve coragem de contar pra ele que estava se mudando por causa dele. Pelo que a fazia sentir. Ao chegar à nova cidade, conheceu algumas pessoas legais e logo foi convidada para uma festa. Querendo se enturmar, Mari aceitou o convite.

O som da banda tocava alto, as pessoas se divertiam e Mari não era diferente. Era apresentada a novas pessoas e sentia que ali, naquela cidade, ela poderia voltar a ser quem era. Uma pessoa mais humana. No sentido puro da palavra mesmo. E Mari resolveu dançar como se não houvesse amanhã…

E realmente não haveria. Um corre-corre, uma gritaria, uma confusão, uma fumaça e alguns segundos para Mari entender o que estava acontecendo. A casa de shows estava em chamas. Aquele amor puro que ela sentia pelas pessoas, fez brotar em Mari uma força descomunal. Passou por cima de todos e saiu. Respirou ar puro e resolveu voltar. Ajudou várias pessoas a saírem. Umas cinco. Na sexta vez que entrou, não saiu mais. Morreu intoxicada pela fumaça altamente toxica. Não sem antes gritar alto que perdoava aquele cara que ultimamente a fez sofrer. Não sem antes dar uma risada que se não fosse aqueles acontecimentos, talvez outras 5 pessoas teriam morrido porque ela não estaria ali pra ajudar. Se sentiu bem. Se sentiu em paz e partiu.

Foi então que ele, ao ver no jornal a reportagem sobre uma linda garota que ajudou a salvar outras vidas, mas não a sua, reconheceu a foto de Mari e chorou. Se deu conta que havia a feito sofrer. Que desprezava seu grande amor por bobagem. E que agora só viveria em sua lembrança.

E quis recomeçar. Não poderia se dar ao luxo de brincar com o sentimento de outra pessoa novamente. Principalmente de uma garota como Mari.

O relógio marcava 20h. Resolveu deixar a deprê de lado e sair. Ia tentar se divertir. Mas com a certeza de naquele dia ele iria recomeçar. Se conscientizar de que o mundo não gira em torno dele. Resolveu que iria se inspirar na pessoa que Mari um dia foi. Aquela que o que importava era amar. Seja lá quem fosse. E entendeu a profundidade dessa palavra e tudo o que ela carregava. Lembrou-se de uma música: “Só o amor faz a gente crescer. Faz valer o risco, faz compreender que sem amor nada tem valor, nada tem sentido e qualquer sacrifício vai pro lixo!”

O nome dele? O nome não importa. O que importa é a reverberação do calor do amor através da pessoa que dali pra frente ele resolveu ser.

Microcontos #1

Cafeína!
O frio batia a porta. A lareira não era o suficiente. O vazio no peito amplificava a geleira do seu interior. Todo arrepiado pelo sentimento e o clima gélido, só restava uma alternativa. Um café bem quente pra aquecer a alma.

Puta alegria
O ambiente era propício. A cia também. O tom maior que ecoava do banjo, cobria a sensação de que dos males, ele era o menor. Se a música era inédita pra ele, o sentimento não. Estampado em seu rosto havia, uma puta alegria pela sensação de liberdade, que as baladas de um amor inabalável insistiram em esconder. Sem explicação.

Porta retrato.
Estava decidida. Insistir não adiataria nada. Acreditava que ele sentiria falta. Ledo engano. Pra ele, ela não passava de uma ilustração emoldurada, com a certeza de que era apenas para enfeitar sua estante.

Jovem Sonhador
Juntar 1 milhão de reais. Era o único objetivo da sua vida. Faria tudo para realizá-lo em tempo útil. Útil para poder passar o resto dele torrando de qualquer maneira.

É proibido amar
Calejado, colocava a culpa no amor. Se culpava por amar demais. Se pudesse voltar ao tempo jamais se daria ao direito de amar. A proposito, faria isso a partir de agora. No jogo da paixão, amar era proibido. Nunca mais. Pelo menos por enquanto!

Sem você
Ao virar a esquina percebi meu grande erro. Te ver partir era aflitante. Diferente da sensação de alívio que eu acreditei sentir. Amargo era o gosto do seu amor. Doce é a saudade que você deixou!

Por Raphael de Paula Garcia
@phields

[ATENÇÃO: Recomendo a leitura do livro de Eclesiastes para entender melhor o que eu estou dizendo. E ouvir muito a musica do Los Hermanos. Até porque isso nunca é demais! rss]

Eclesiastes 1.3 – Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?

Taí uma pergunta que é praticamente impossível responder. Mas se basearmos no livro de Eclesiastes e na música O Velho e o Moço, do Los Hermanos, composta pelo Rodrigo Amarante, encontraremos algo em comum. O lamento.

Eu conheço a historia de Salomão, por tudo que foi me ensinado na igreja, na EBD, lendo alguma coisa na Bíblia, mas nunca parei para estudar a fundo a vida dele, biografada no velho testamento da Bíblia Sagrada. Mas já li Eclesiastes mais de uma vez e sempre que me pego lendo algum trecho de lá, vivo refletindo sobre a minha vida. Sim, sobre a minha vida e não sobre a vida do Rei.

Este livro mostra um Salomão já bem vivido, com muitas experiências de vida para contar, onde ele poderia ter se gabado do seu sucesso com a mulherada, da sua riqueza, do seu poder, da sua intelectualidade e de uma série de outras coisas. Mas não, ele preferiu abrir o seu coração e lamentar. Movido pela vaidade, passou a vida toda correndo atrás do vento.

O que mais me intriga nisso tudo, é imaginar o que eu escreveria no meu livro biográfico. Um dos meus maiores medos é ter vindo a este mundo a passeio. É passar por aqui sem ter feito nada de útil. E isso não necessariamente quer dizer fazer algo grandioso. Mas sim valioso. E não valioso monetariamente falando, mas sim afetiva e espiritualmente. É ter vivido bem com a maioria. É respeitar e ser respeitado. É amar, ajudar, criar, participar, compartilhar… É ser bom pra mim! É ser ótimo pro outro. É acima de tudo crer. Ter fé. N’Ele e na vida.

Amarante deve ter lido as lamentações do rei e sabiamente poetizado suas lastimas em uma bela canção. O Velho e o moço é uma música que Salomão com certeza cantaria. Lamentando por não poder mudar o que passou. Mas assumindo que viveu intensamente o que se propôs viver.

O Velho e o Moço – Los Hermanos

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar…
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo

E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?

Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!

Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando fala comigo,
Quando eu sei ouvir…

O dia amanheceu cinza. Pela primeira vez não acordava com os raios de sol entrando por sua janela. Havia dormido muito tarde no dia anterior. O sono e o tempo nublado desanimaram Victor. “Mais um dia estressante!”, lamentou ele.

30 minutos se passaram desde que Victor acordara. Um banho quente, um suco de laranja e um misto. Estava pronto pra encarar a rotina. “Livro ou MP3?”. Já prevendo a demora rotineira pra se deslocar de casa para o serviço, qual seria sua companhia era a dúvida que pairava no ar. Olhou mais uma vez pela janela e concluiu que ler no estado em que se encontrava, era um calmante que o faria dormir.

No ponto de ônibus o desafio era escolher o que escutar. O aparelho abarrotado de musicas de sua preferencia era manuseado sem dó. “Uma musica que combine com o clima ou uma musica pra tentar alegrar o dia que parece ser complicado? Moveis Coloniais de Acajú! Ta escolhido. Começando por “Descomplica” pra me animar a encarar o dia. É isso!”

Quem estava ao seu lado percebia a boa escolha. Victor sacolejava o corpo de uma forma que ele achava que ninguém perceberia. Enganado por si mesmo e viajando na música, esqueceu de todos a sua volta e começou a cantarolar a música: “Sem ter luz ou luar, seja o brilho que for te guiar só pra cá meu amor…”

O ônibus virou a esquina. Parecia um milagre que não estivesse tão cheio assim. Procurou se acomodar no fundão, já que desceria no último terminal. Ao caminhar pra lá notou um lugar vazio. Se apressou para assentar sem perceber quem estava acomodado ao seu lado. Após se ajeitar na poltrona ficou estasiado pelo perfume envolvente que encontrava suas narinas. Como numa cena de filme, os olhares de Victor e de uma delicada garota se encontraram. Os olhos dele pareciam pulsar ao notar o belo olhar da garota ao seu lado. Os lábios carnudos, os cabelos negros e lisos e a pele reluzente com um tom de palidez sobrenatural. Encantado, Victor demorou a retribuir o sorriso vindo por parte da garota. Balbuciou algumas palavras que não encontraram os ouvidos dela, pois também estava a escutar alguma coisa em seu aparelho celular.

Victor olhou pra si. “Seria indelicado ficar 30 minutos sem ao menos tentar um papo ou o sorriso dela pra mim foi apenas gentileza? Quem era ela? De onde ela surgiu?”

Sem saber o que falar, e recolhido em sua timidez, decidiu nem abrir a boca. Uma infinidade de coisas passava por sua cabeça. A maior delas era saber o que ela estava ouvindo. O vício em musicas era exagerado ao extremo, fazendo com que ele taxasse uma pessoa pelo seu gosto musical. “É o cumulo do preconceito!” Reconhecia. Essa mania aliada a sua timidez afastava Victor das pessoas. “Ela tem cara de quem curte Britney Spears. Lady Gaga talvez? Madonna? Amy Whine House?! Menos mal se fosse Adelle. Mas ela pode gostar de musica brasileira. Olha a sandália dela? Se tivesse de saia rodada e uns penduricalhos artesanais pelo corpo eu chutaria o Los Hermanos ou a Maria Rita, sei lá. Nossa já pensou? Ela seria perfeita. Compreenderia meus lampejos musicais “a lá Marcelo Camelo.” Mas essa saia Jeans nem longa nem curta desmistifica isso. Será que é Wanessa Carmargo? Kelly Key? Nossa, mas fazer o quê, ninguém é perfeito né. Ela também não! Se fosse Ana Cañas, Maria Gadu ou até Maria Betânia não seria nada mal. Sofisticado até. Mas que merda! Por que eu tenho essa mania? Que coisa besta associar a personalidade de uma pessoa as coisas que ela escuta? Nem passa pela minha cabeça o funk. Será? Será que ela esta ouvindo aquele grupo que meu vizinho escuta, como é mesmo o nome? Ah é, Gaiola das Popozudas. Meu Deus. Seria um pesadelo. Pelo menos assim quem sabe seria mais fácil leva-lá pra cama.”

Tinha certeza que toda mulher que se entregava a tribo do funk era mulher de vida fácil para os caras. Mesmo tendo ouvido de muitas pessoas que isso é preconceito, e que não é bem assim, Victor não conseguia compreender o gosto musical das outras pessoas. “Todos deveriam ter o mesmo gosto musical que o meu. Aí sim saberiam o que é música boa.”

Olhou de relance para ela e percebeu que estava mexendo no aparelho. “Deve ta escolhendo outra musica. Olha a fixação dela pelo aparelho. Vai colocar sertanejo. Certeza. Nossa deve ser daquelas melodramáticas ao extremo que chora por um amor do passado até hoje. E ele pisa nela. Deve chorar e ligar pra ele o dia todo. Se ao menos o celular dela tocasse eu descobriria pela musica do toque o que ela gosta. Seria NxZero? O rímel nos olhos talvez seja uma amostra da faceta EMO que ela tem medo de mostrar. Se fosse EMO não sorriria pra mim. Choraria falando que iria se matar. Credo! Mas como eu sou pessimista. Quem sabe ela ta ouvindo chico? Vish, mas qual Chico? Se for o Science ela deve ser daquelas que antes de dormir da um tapa no baseado, alegando a liberdade para todos. Na maior vibe aí.” Viajando em seus pensamentos, Victor nem prestava atenção mais em qual musica seu aparelho tocava.

“Meu Deus, devo perguntar o que ela ta ouvindo? Ela encostou a cabeça no vidro agora. Vai chorar. Será que ela ta ouvindo rock? Se for, com essa cara é Silverchair. Ela vai chorar jajá! To quase oferecendo meu mp3 a ela emprestado. Assim ela analisaria o que eu gosto e poderia se empolgar comigo… ou não! Ela nem ta prestando atenção em mim. Eu to ficando maluco. Mas pensa bem, maluca deve ser ela. Deve ta ouvindo Lu Alone ou Restart. Com essa cara de choro é certeza.”

– Com licença?
– Toda

A garota se levantou e se despediu com um tchau tímido
Victor sem reação não disse nada e apenas acompanhou a caminhada da garota até ela descer do ônibus Victor se sentiu um incapaz. Olhou pro relógio e percebeu que se passaram 20 minutos de martírio pra tentar descobrir o que ela ouviu. Talvez um “Oi como vai” resolve-se tudo e agora, ele estaria indo pro trabalho com o telefone de uma garota linda. Mas a mania besta de avaliar as pessoas pela musica que ela ouve o fez perder uma grande oportunidade.

A maior delas? Descobrir que aquela garota vai além do som que aqueles fones ecoam.

www.myspace.com/acaravanadodelirio

Chega de defender os fracos, oprimidos, injustiçados ou sejá lá como for que você definiria as bandas que eu andei defendendo.

Mas, agora ta na hora de indicar algo que pelo menos eu achei muito bom.

Fã assumido do Geléia do Rock, esse ano um dos participantes me chamou muita atenção. Mais pela qualidade das suas composições, do que pela sua técnica apurada.

Matheus Torreão é o nome do figura. Figura mesmo, no sentido mais irreverente da palavra, Matheus consegue misturar muito bem a sua pitada ácida de humor com a música feita pela Caravana. No EP Glamurosa Comédia Pop de 2009, de uma forma única eles questionaram o sistema e o rock’n roll, deixaram o romance de lado e assumiram um jeito putão de ser.

Apesar de não acreditar que o “tal do rock’n roll morreu”, as 5 musicas que compõem o EP debut da banda, traz boas pitadas de blues, sem deixar de lado o rock peculiar que a banda trouxe a tona.

No vídeo acima, Matheus canta e toca violão, junto com a banda Os Gutembergs, formada no Geleia do Rock.

A voz do Matheus é mais um charme agregado a obra final. O sotaque pernambucano e a entonação safada trazem um tom sarcástico às musicas. Principalmente na musica MãoNogamia, uma verdadeira celebração a… punheta. É isso mesmo. “MASTURBATION”!

Essa entonação safada fica mais evidente ainda nas musicas Pervertido e Hino Vegetariano, que compõe o segundo EP da banda “Delirium Tremens”.

Lançado no início de 2011, o EP é outra obra sarcasticamente bem feita. Com uma melhor produção, fruto do reconhecimento que a banda vem tendo, agora em todo Brasil, graças ao Geléia, e que fez com que Matheus ficasse conhecido pelas boas composições, fazendo a Caravana consequentemente atrair ouvintes fora da geografia Pernambucana.

Mais uma vez, com uma forma divertida de expor as idéias, A Caravana envolta em seus delírios, se questiona sobre o sentido das coisas aqui na terra.

Apesar de irreverente, a musica Baião do Apocalipse é um chute no saco da humanidade, que de forma egoísta ainda insiste em brigar por tudo aqui nessa terra. Escutando essa música eu lembro da filosofia pregada pelo James Cameron no Avatar. [SPOILER] Os humanos invadem Pandora afim de conquistar algumas riquezas daquele planeta. Diferentemente da terra, Pandora é um planeta sem divisão. Tudo pertence a todos e com isso não há brigas egocêntricas. [/SPOILER] Meio viagem minha, mas eu lembrei.

Já em Esperando A Volta do Mecenas, A Caravana faz uma viagem pela história e cria um paralelismo entre a pessoa de Caio Cílnio Mecenas com a literatura dos dias hoje. Trazendo para musica, é uma crítica a tanta porcaria criada e cantada por aí. A musica retrata o fio de esperança que ainda existe, sem deixar de falar que todos temos um pouco de culpa pelo estado decadente da nossa arte.

As musicas Pervertido e Hino Vegetariano, já citadas acima, divertem sem ser galhofas.

Vou embora para o México, é uma autocrítica. Matheus pede perdão por não conseguir executar bem suas canções. “Relaxa Matheus, sua voz peculiar deixa A Caravana com uma personalidade ímpar. Precisa se desculpar de nada não.” De qualquer forma, a música é excelente é uma das minhas preferidas.

Faltou apenas falar de Quando Chega o Carnaval. Para quem não gosta dessa época do ano, o lamento está “personificado” em forma de música. Eu que não gosto, vou ficar recluso em um sítio com uma galera massa, fazendo a vida valer a pena! Interessante a contradição entre a letra e a música. Bela sacada!

Enfim, a pequena resenha sobre o novo EP da A Caravana do Delírio, foi mais com a intenção de apresentar à vocês uma banda diferente das convencionais, com um som muito bom e de personalidade.

A sonoridade me lembrou em boa parte a musica sarcastica do Zeca Baleiro. Inteligente, agradável, empolgante e que faz sorrir. É isso. Música é isso. Que no final das contas te faz rir de prazer. Seja ela engraçada ou não. Mas ela precisa gerar satisfação.

A Caravana me fez gargalhar e eu espero ansiosamente ouvir muito mais deles!

Enfim, a pequena resenha sobre o novo EP da A Caravana do Delírio, foi mais com a intenção de apresentar à vocês uma banda diferente das convencionais, com um som muito bom e de personalidade.
A sonoridade me lembrou em boa parte a musica sarcastica do Zeca Baleiro. Inteligente, agradável, empolgante e que faz sorrir. É isso. Música é isso. Que no final das contas te faz rir te prazer. Seja ela engraçada ou não. Mas ela precisa gerar satisfação.
A Caravana me fez gargalhar e eu espero ansiosamente ouvir muito mais deles!

Eu nunca curti o NxZero. Por várias razões, entre elas, achar que eles fazem um som muito água com açucar. Sou do tipo de cara que escuta antes pra criticar depois. Sim, escutei todos os cds do Nx antes de dizer se gostava ou não da obra. Sempre que eles lançavam um trabalho novo, eu escutava na esperança deles estarem se reinventando. E em todos eles, a decepção. Não que eu tinha esperança de ver o Nx lançar um puta CD, mas eu queria ver algo mais maduro da parte deles.

De todas as musicas deles, quero ressaltar “Pela Ultima Vez” e “Só Rezo” como as musicas mais bacanas. “Só Rezo” inclusive foi a primeira pontinha de esperança. Musica pesada, com uma letra bem legal e um excelente clipe. Muito bem trabalhada.

Eis que o Nx anunciou um novo cd. Uma releitura pra ser mais exato. No melhor estilo “Reanimation” do “Link Park“, surge o NxZero – Projeto Paralelo. A cada cd lançado eu tinha mais certeza de que eu nunca diria isso, mas o dia chegou. E agora eu posso dizer: O NXZERO LANÇOU UM CD MUITO BOM!

Pra você que tem ouvidos preconceituosos, incapaz de perceber a maturidade ou a evolução de alguem, tenho certeza que encontrará N motivos para criticar. Mas eu larguei o preconceito musical faz tempo, e tento encontrar coisas positivas onde provavelmente não há. Claro que nem sempre isso é possível, mas as vezes eu encontro.

Marcelo D2, Negra Li, Xis, Rappin Hood, Gabriel o Pensador, Rincon Sapiencia e o Emicida são alguns dos Rappers que se juntaram ao Nx para compor o cd. Tudo bem que a musica do Nx é algo muito pequeno perto das participações, mas os refrões chatos e melosos de outros tempos, se encaixaram bem nas composições dos rappers. A participação do Chorão tambem é legal pra caramba.

Mas uma coisa chamou mais a minha atenção. O Nx esta deixando bem claro que é um PROJETO PARALELO para não assustar os fãs. Então quer dizer que eles precisam fazer muisca chatinha, porque os fãs se assustariam com coisas mais trabalhadas? Isso me soou como uma declaração do tipo: PODEMOS FAZER MELHOR, MAS PRA VENDER EU PRECISO LIMITAR A MINHA ARTE!

Veremos as cenas dos proximos capitulos. Mas o que me deixa contente é que bandas como o Nx e o Fresno estão preocupados em fazer MUSICA e não apenas vender imagem. O cd Revanche do Fresno já foi um tapa na cara de quem criticava a banda, mas de fato, as musicas antigas se comparadas as novas, são bem fraquinhas.

Vale a pena perder 1 hora do seu dia e escutar esse cd do Nx. Mesmo que talvez a mistura ou a voz do vocalista do Nx não te agrade, a obra completa compensa. A cena  de rap e hip-hop do Brasil, mesmo eu não sendo um conhecedor do estilo, esta bem representada. Me surprendi com a qualidade das letras e das melodias.

Mediante tudo isso, só uma duvida paira no ar: Existe salvação pro Restart?

Chororo colorido

A hora e a vez dos coloridos.Opinião foi feita para ser mudada. Você acredita nisso? Eu acredito em partes. Mais agora, que comecei a mudar minha opinião em relação as bandas coloridas.

Principalmente o Restart, tão evidenciado nos últimos dias. Não! Eu não os acho uma boa banda. Eu não curto as musicas que eles tocam. Mas já tem um tempo que estou tentando entender o porquê de tanto mimimi em relação a esses caras. Depois de assistir ao episódio do Restart no Rock Estrada, que é um programa muito bom por sinal, comecei a mudar meu conceito sobre essa molecadinha. Procurei trazer a memória o que eu ouvia e o que de bom rolava quando tinha entre 13 e 17 anos, que é a idade da galera que se amarra nessas bandas. Na época, a VJ Sarah Oliveira comandava o Disk MTV, programa que passava os clips mais votados durante toda a semana. Claro que da pra destacar ótimas bandas, como o Nickelback, o Creed, o Linkin Park, um CBJr em ascensão, os experientes e nunca envelhecidos Skank e Jota Quest com os seus “ao vivo”, as novidades Pitty e Detonautas e o CPM 22 quando ainda fazia uma som bacana de se ouvir. Sim essas bandas tiveram grande destaque nessa época. Delas, o Creed e o Jota Quest eu carrego sempre no meu mp3. Compensa dizer aqui que o CPM 22 hoje não é nada do que foi um dia? Quando eles perderam espaço, eles não conseguiram se reinventar e estão em declínio total a meu ver.

Pois bem… Alguns anos se passaram e o que domina o “top 10” do nosso Brasil hoje são bandas como o Cine e o Restart. Ta, musicalmente falando não se comparam nunca ao Creed por exemplo, e se tratando de Brasil, tomam um passeio do CBJr. Mas entre tantas bandas legais e algumas nem tanto assim, estavam o Blink 182, a Avril Lavingne e até uma dupla que desapareceu chamada TATU. Na moral, com letras tão ruins e imbecis quanto as do Restart e do Cine. E não tinha tanto mimimi assim como tem hoje.

Tudo bem que o Blink faz um som animal e até hoje eu me pego escutando o som dos caras, mas em matéria de conteúdo é uma porcaria do mesmo jeito.

E a galera que mais metralha essa molecada é a galera da minha geração. A geração que esta na transição adolescência/juventude e se aproximando da fase adulta. E naquela época nós defendíamos essas bandas ruins da mesma forma que as da atualidade são defendidas.

Só me leva a conclusão que musica ruim não existe. Existe o que você gosta e o que eu gosto.

O que é bom pra mim pode ser péssimo pra você e vice-versa.

Olhando de uma forma generalizada, já que nem 5% da população que consome musica, entende de fato para fazer uma analise profunda, eu concluo que qualidade musical se mede pelo gosto de cada um. Então, porque batemos tanto nesses caras? Só pode ser pela forma que eles se vestem. Apenas por isso. E isso tem nome: PRECONCEITO!

Assim como você, eu também olho pra um sujeito desses na rua e falo: QUE PORRA É ESSA? Em contrapartida, quando vejo uma pessoa com dreadlocks, meus olhos brilham de inveja, porque eu sempre quis ter dreads, pelo menos por um dia (rs). E aí os coloridos olhariam pra mim e diriam a mesma coisa. Tudo bem que combinar uma calça laranja, uma camisa roxa e um óculos verde limão, tendo o cabelo que o Xororó usava há 20 anos atrás, soa bizarro e ridículo. Mas e daí? Se a pessoa se sente bem assim, problema é dela. Nós não temos que ficar tentando derrubar os caras toda vez que a musica deles toca na rádio (alguém ainda ouve isso?) ou eles aparecem na televisão.

Dinho Ouro Preto estava falando mal dos caras outro dia. Logo ele que influenciou tanta gente, inclusive os caras do Restart imagino eu. Mas diz pra mim, o que o Capital fez de relevante nos últimos anos? Soou-me como uma grande inveja, já que o Capital não está na mídia da mesma forma que esses caras estão. – Ah, mas os caras são músicos ruins, você diria. Ah ta bom! Quer dizer que todo mundo que começa na musica tem por obrigação ser “expert”? Trabalho e competência têm que ser aliado. Eles são moleques e tem muito que aprender ainda. E precisam ter consciência disso!

O que me assusta nisso tudo, é o tamanho da idolatria dessa geração. É uma coisa doentia quase. Sei lá se é por causa da internet, mas a falta de barreiras geográficas que ela trouxe, facilitou a forma das pessoas se sentirem no direito de invadir a privacidade das outras, principalmente dos seus ídolos. Antigamente, você tinha aquela ânsia de ir a um show, trocar uma idéia no camarim e já tava ok. Hoje essa molecada decide até qual cueca os caras tem que usar. Isso é surreal. Essa geração criada a Sucrillos é totalmente desvairada. É preciso aprender ser mais racional, aceitar críticas e conhecer o limite do artista que admira.

Por exemplo, eu curto muito o Jota Quest, mas acho o baterista deles meia-boca demais. Nem por isso eu vou sair por aí brigando com quem fala que ele é ruim. Eu reconheço que é, e pronto. Continuo gostando do som deles da mesma forma. Agora, vai falar para um fã do Restart que o baixista deles canta pelo nariz. Ou melhor, é fanho mesmo! Vai comprar uma briga feia “neguim”. RACIONALIDADE. Só isso que eu peço. E pra deixar a galera mais racional ainda, é preciso ter pessoas capacitadas para escolher os vencedores em uma premiação como o prêmio Multishow e o VMB. O Cine não é a melhor banda do Brasil nunca. Nem o Restart tem o melhor single. Mas talvez as bandas que eu curto escutar, também não sejam as melhores. Deixar a escolha pra massa vai dar nisso sempre! Obvio! Por isso o resultado final desses prêmios não pode ser levado a serio. É apenas mais uma festa e pronto! Valida até.

Taí, esse mimimi exagerado parte de quem AINDA leva a sério o resultado final dessas premiações! E baseado em tudo que falei, não existe a melhor banda! Deveriam trocar o nome da categoria pra destaque do ano. Aí sim o prêmio seria do Restart e de uma forma bem merecida. Só se fala nesses caras, ou para idolatrar, ou para maldizer. Eu em muitas das vezes andei maldizendo. Ainda estou longe de idolatrar (e tenho certeza que isso não vai acontecer com banda alguma, nem mesmo as que eu curto), escutar ou gostar dessas bandas. Mas não crítico mais. Ganho meu precioso tempo procurando bandas com um som mais próximo do que eu curto.

E descobri grandes novidades, como o Vivendo do Ócio, Moptop, A Caravana do Delírio, Mombojó, dentre outras tantas. A vida é cíclica e o tempo é o Senhor da Razão.

Se o nível musical desses caras não subir e muito, a fase deles vai passar e outras tantas coisas (ruins) virão. Se eles forem capaz só disso que vemos hoje, já era “mermão”! Mas eles têm a faca e o queijo na mão para evoluírem. Deixa os caras se divertirem. Se você curte, ouça; se não, vai ler um livro, ver um filme ou ouvir algo que te agrade.

Vamos parar de brigar pra defender ou sempre menosprezar apenas pelo prazer de menosprezar. Deixa o mimimi pro Felipe Neto. E não se esqueça: TODOS NÓS TEMOS UMA BANDA QUE GOSTAMOS PRA NOS ENVERGONHAR!

Geração twitter

Escrevi esse texto ano passado. A ideia era ser só um roteiro pra um curta que eu iria apresentar em um debate que tinha o título “QUAL A SUA IDENTIDADE?”. Na epoca por várias questões não rolou. Dei uma adaptada no texto e vou publicar aqui. É isso. Obrigado!

——

Amanhã eu faço 20 anos.
Acho que estou ficando velho.
Faz três dias que estou pensando na minha vida, em tudo que vivi saca!
Que saudades do Léo, do Neto e do Jaime. A gente formava o quarteto fantástico. Nós só tínhamos 10 de anos de idade, mas a gente tocava o terror no colégio. Implicava com todo mundo por diversão! As menininhas nos achavam o maximo, mas o maior prazer era esnobá-las. Minha vida era a diversão com os meus amigos. Futebol, corrida de bike e até tentar andar de skate. O que eles faziam, eu tava dentro.

Passou um tempo e troquei de escola. Minha mãe queria que eu estudasse. Achava que junto com os meus brothers eu só ia malandrar. Na escola nova fui andar com os CDFs. Ia na onda deles e estudava pra caramba. Não queria saber de nada, só de estudar. Minha mãe queria que eu fosse um analista de sistema. – Computador da dinheiro! Dizia ela. Só que eu não tinha vocação pra ser NERD. Adorava os eletrônicos, mas nunca quis saber como eles funcionavam. Mas eu me esforçava. Só que aquele ali não era eu. Ali era o filinho da mamãe! Eu não queria ser o que ela queria que eu fosse, ora!

Até que eu conheci a Marcela. Moreninha, cabelo cacheado, olhos verdes. Linda de doer. Me apaixonei a primeira vista. Ela era toda descolada saca, era alegre, gostava de dançar, de fazer compras, de sair com as amigas; só não gostava de NERDS. Ela achava todos eles idiotas. E daí que ela era aquele tipo de garota que só ia na escola a passeio? Ela era linda. Fui me aproximando dela. A cada dia que passava a minha motivação em ir pro colégio crescia. Eu tinha encontrado a matéria perfeita pra eu estudar; a marcela virou o meu assunto de pesquisa favorito. Começamos a namorar. Agora sim eu estava realizado. Agora sim eu me sentia eu. Namorava uma garota linda, não era mais o filinho da mamãe. Era simplesmente eu. Foi ai que meses depois, descobri que ser eu, naquele curto espaço de tempo, era ser o brinquedinho da marcela. Minhas notas despencaram, eu não dava mais idéia pros meus amigos. Eu bebia, respirava e vivia o que a Marcela queria que eu vivesse. Ela mudou meu estilo de vestir, as musicas que eu escutava, até os programas de TV que eu curtia abandonei por ela. Eu só conversava com quem ela queria. Eu estava perdidamente apaixonado. E eu pensando que aquele sim era eu. Ledo engano. A marcela me trocou meses depois por um carinha que era do time de basquete do colégio. Foram dias terríveis. Estava prestes a fazer 15 anos. Estava de recuperação na escola, não conversava com meus amigos, odiava a vida que vivia por causa dela e não tinha mais minha namorada!

Lembro até hoje. Era sábado, tava um frio de doer, pensei no que minha avó sempre me dizia e tomei uma decisão: Vou entrar pra igreja. Foram dois anos pra não ser esquecido. Dos meus 15 aos 17 anos. Logo que entrei me encantei com o louvor. Eram momentos delirantes. Rapidamente aprendi tocar violão. Eu precisava fazer parte daquele grupo. Eu tinha certeza: Agora sim, encontrei meu lugar. Em pouco tempo eu era considerado o menino prodígio do louvor. Virei o pupilo do líder. Ele dizia que eu iria substituí-lo, que eu havia nascido para aquilo. Claro, eu adorava. Todos na igreja falavam comigo. As pessoas me veneravam. As menininhas caiam matando em cima de mim. Nos retiros então eu fazia a festa. Era uma namorada em cada um. Aquele sucesso todo na igreja subiu a minha cabeça. Eu comecei a menosprezar as pessoas; me considerava intocável. Quase um Deus. Selecionava meus relacionamentos pelo grau de importância que cada um tinha na igreja. Humpf, até parece que um moleque como eu pode definir quem é mais importante pra Deus. Durante dois anos eu fui um otário. Tentei superar as frustrações da minha curtíssima vida me escondendo atrás da religião! Novamente eu não me reconhecia. Aquele não era eu.

Há quase três anos minha avó morreu. Me revoltei com Deus. Sai da igreja. Achava que ele não tinha o direito de permitir que eu sofresse. Eu tinha só 17 anos. Achava que eu era alguém. Eu estava completamente frustrado. De que adiantava tudo aquilo se eu não tinha mais aquela pessoinha que sempre acreditou no Conrado do bem que existia dentro de mim. Eu realmente amava a minha avó. Mais uma vez minha vida perdeu o sentido. O que seria de mim sem ela? Ela que viveu com a minha família desde que eu tinha dois anos de idade. Como são as coisas. Minha avó sempre quis que eu servi-se a Cristo. Eu preferi me converter à igreja; precisava fazer parte um grupo e pra mim Deus nunca teve importância. Quanta tolice a minha.

Daquele dia em diante eu não era ninguém. Conrado Albuquerque de Sousa. 17 anos. Ninguém. Eu não era ninguém. E continuei a não ser por mais algum tempo. Qualquer coisa fazia minha cabeça. Conheci uma rapaziada no colégio. Todos eles repetentes do ultimo ano que nem eu. E todos eles igual a mim. Um deles me ofereceu droga. Dizia que era pra relaxar. Pra esquecer as feridas dessa vida. Pra esquecer de mim. Eu nunca tive personalidade. Pra mim tava bom demais ser mais um.

Um dia eu cansei. Decidi que eu iria começar tudo de novo. Em memória a minha avó. Em consideração a minha mãe. Mas agora sim seria diferente. Eu decidi ir atrás do meu próprio EU. Olho pro Léo, pro Jaime e pro Neto. Todos eles já decidiram o que vão ser da vida. Estão correndo atrás e eu estou aqui, tentando recuperar o tempo perdido. Eu dou moral pra eles. Esses realmente são amigos. Toda vez que eu fui um babaca, eles nunca viraram as costas pra mim. Eu devo todas as desculpas do mundo a eles.

Amanhã… Amanhã eu faço 20 anos. Os meus únicos amigos estão fora da cidade, cuidando da vida deles. E eu? To aqui, tentando me encontrar. E no meio de toda essa lembrança, to revoltado porque adiaram o ENEM. Estão fazendo a gente de palhaço. Precisamos fazer algo! Outro dia li na internet que antigamente uma multidão de pessoas queria mostrar ao mundo, a identidade da geração deles. Eles queriam paz e amor, e se manifestaram num festival de musica. Lembro também que vi nas aulas de historia a manifestação de um povo pelas Eleições direitas no Brasil. Agora chegou à hora da minha geração, fazer algo. A minha vida reflete a minha geração. Somos apenas o que os outros querem que sejamos. Só queremos nos dar bem e curtir. Mas agora tudo vai mudar. Já estamos todos unidos, prontos pra lutar por aquilo que nós queremos. Aproveitei a raiva pra desabafar aqui no blog. Agora eu vou nessa porque a manifestação vai começar e quem fez essa palhaçada com a gente eu vou xingar muito… No twitter! Sério!

Apenas o Fim

Mais uma da série de resenhas.

Ouvi falar desse filme ano passado. Em meados do ano passado. Já faz um ano isso e só hoje 15 de julhor de 2010 enfim conseguir assistir. O filme é brasileiro, tem um roteirista/diretor/produtor de 20 anos e ainda estudante de cinema.

O cara foi lá, idealizou a parada, pegou os equipamentos emprestados na facul, juntou uns amigos, professores, que foram chamando mais pessoas capacitadas, alguns artistas amigos e uma excelente ideia na caixola pra fazer apenas o fim.

O filme é impar. Desde o início até a última cena. Tem participão do Adnet e da Nathalia Dill.

A história é algo incomum. Um casal de namorados onde um não tem nada haver um com o outro. Ela, meio patricinha, cheia de manias de menininha, com uma personalidade de mulher. Ele um nerd. Sim um nerd. Talvez por isso eu tenha me identificado tanto.

Tudo bem que ser nerd é o novo hype mundial né. Graças ao Sheldon (sim agora que assisto The Big Bang Theory posso falar dele com propriedade) que vem fazendo que muitas pessoas admirem os caras mais intelectualizados. Hoje um nerd não é mais um cara raquitico, que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com a mulherada e que só vai dar umazinha depois dos 30, e ainda assim vai se sair pessimamente. Hoje o nerd é encarado como um cara raquitico (ou gordo dependendo de algumas váriaveis), que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com as mulherada, com uma possibilidade de dar umazinha antes do 30, e que além disso tudo é amigo, honesto, bomc ompanheiro e muito romantico. Do seu jeito é claro, mas romantico.

Tom, o personagem de Gregorio Duvivier em Apenas é o fim é quase isso. Vive um relacionamento estavel com Adriana, até que um dia ela chega pra ele e diz: “to indo embora. Nossa historia acaba aqui. Temos uma hora. Podemos ir pro nosso lugar secreto e transar loucamente ou sair pra conversar. Qual você escolhe?”

Tá eu sei, que a maioria dos homens escolheria a primeira opção, mas Tom não, preferiu ter um momento de DR. E é justamente por causa disso que o filme se torna fantastisco. Cheio de flashbacks de momentos que os dois passaram juntos, conversando claro. Sobre tudo, sobre todos, sobre tamaguchi, sobre power rangers, sobre Boysbands e Britney Spears; se transformers é o melhor filme do mundo, se sonhos são histórias inventadas, se adivinhar o futuro vale a pena, se preferir ver outro se ferrar a vencer é a melhor coisa, dentre tantas outras coisas que marcaram nossa infancia e adolescencia de meados dos anos 80 pra cá.

É fanstastico discutir com a sua namorada se Nintendo é melhor que Sony. Se Super Mario é melhor que GTA. Acho que é por isso que nos sentimos como os personagens. O filme te transporta pra dentro de um mundo que você viveu e hoje está na sua lembrança.

Outra coisa interessante são os diálogos. Ah sim, acho que esqueci de falar. Com tão pouco recurso, pra cenario, efeitos especiais, seja lá o que for, a solução é apelar pros diálogos. E sim, um bom filme é feito com eles. Não precisar ser esteticamente bonito como Crepusculo/Lua Nova/Eclipse e ser uma merda em conteudo, diálogos, trejeitos e tal. Erika Mader (sobrinha da genial Mallu Mader) e Gregorio dão um show de interpretação. Segue algumas falas:

Ela: Você vê filmes demais, vai acabar me amando pra sempre! Vai me procurar em todas as garotas, todos os bares, todas as ruas. Aí um dia, depois de muito tempo, num lugar qualquer você vai me ver. Mas aí vai achar que foi uma ilusão e eu vou embora!

Ela: Eu acho o amor tão triste sabe?! É como pedir pizza, você pede a pizza, fica ansioso para a pizza chegar. A pizza chega, você come, se empanturra e vai ver televisão no sofá.

Ele: Se eu pudesse destruiria tudo, destruiria a cidade, nao, destruiria o mundo inteiro de uma vez pra resconstruir ele todo o mais rapido posível de forma que ele fosse perfeito pra voce, que voce nao tivesse problemas, nao precisasse fugir. É isso.

Ela: Você não precisa ficar assim. Isso é só o fim. O que realmente importa já foi feito. A gente já teve os nossos momentos especiais. E é isso que importa no fim, é ter alguma coisa para lembrar, alguma coisa para nunca esquecer, é uma coisa que não tem fim.

Ele: A Diferença entre Psicanalise e Arte, é que se eu não fizer arte eu não preciso pagar a sessão.

Ela: falar sobre amor é muito clichê.
Ele: acho que falar sobre falar que amor é cliche que é muito chiclê.

Ele: Você é uma farsa,sabia? uma bem bonitinha, mas uma farsa.

Ele: A única coisa boa de morrer de amor é que você continua vivo.

Ele: E agora?
Ela: Agora é o resto das nossas vidas!

Sim senhoras e senhores. Um relacionamento é baseado no diálogo, na amizade, no companheirismo. Não em uma prisão, em meias verdades ou viver em função apenas de outra pessoa. O grande ensino que fica é: Se o fim chegar, é apenas o fim de um relacionamento, afinal, como costumo semp re dizer VIDA QUE SEGUE!

Trilha do filme: Los Hermanos (claro) – Pois é

Rock, graças a Deus.

Hoje é um dia que o mundo inteiro deveria se orgulhar. Hoje é o dia internacional do Rock. É isso mesmo “broo”. Rock, graças a Deus. O rock ao longo dos tempos mudou conceitos, atitudes, revolucionou a musica e transformou vidas. Tanto a favor do bem, quanto para o mal. Como em todas as coisas que existem nessa terra.
O rock foi mal interpretado por muitos.  Principalmente entre cristãos que entendiam que o rock era uma atitude de rebeldia da parte de muitos. Não deixa de ser verdade, mas é preciso deixar bem claro que assim como tudo nessa vida, foi nos dado por Deus e roubado por aquele que só veio para roubar, matar e destruir. Por isso há distorções. Pera aí, nós não somos distorções?
Sim, hoje em minha oração, eu vou agradecer a Deus pelo Rock’n Roll. O rock que me apresentou vários amigos, que me deu muitas alegrias durante os 5 anos que tenho banda. O rock que embala, que empolga, que pulsa e que apaixona. Rock acima de tudo é atitude. Seja lá qual for a sua. Mas que seja a SUA atitude.
Vida longa ao Rock and Roll. Seja ele heavy, trash, samba-rock, latino, hope, happy, punk, prog e qualquer outra vertente que as guitarras distorcidas podem nos proporcionar. Já dizia a canção “God gave rock n roll to you”. Deus nos deu o rock e colocou ele bem no fundo de nossas almas.
See you guys.

Petra: God gave rock n roll to you – Legandado

Queen – Bohemian Rhapsody [ High Definition ]

12 Stones – The Way I Feel (Legendado em Português)

Marisa Monte e Novos Baianos – A menina dança

Rebanhão – Baião “Janires foi muito rock n roll, faz falta na musica cristã. Ele morreu em 88. Esse video é de 93.”

Biquini Cavadão e Tico Santa Cruz – Indíos do Legião Urbana

Los Hermanos – Todo carnaval tem seu fim

Fruto Sagrado – A volta dos que não foram