Category: Resenhas


[ATENÇÃO: Recomendo a leitura do livro de Eclesiastes para entender melhor o que eu estou dizendo. E ouvir muito a musica do Los Hermanos. Até porque isso nunca é demais! rss]

Eclesiastes 1.3 – Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?

Taí uma pergunta que é praticamente impossível responder. Mas se basearmos no livro de Eclesiastes e na música O Velho e o Moço, do Los Hermanos, composta pelo Rodrigo Amarante, encontraremos algo em comum. O lamento.

Eu conheço a historia de Salomão, por tudo que foi me ensinado na igreja, na EBD, lendo alguma coisa na Bíblia, mas nunca parei para estudar a fundo a vida dele, biografada no velho testamento da Bíblia Sagrada. Mas já li Eclesiastes mais de uma vez e sempre que me pego lendo algum trecho de lá, vivo refletindo sobre a minha vida. Sim, sobre a minha vida e não sobre a vida do Rei.

Este livro mostra um Salomão já bem vivido, com muitas experiências de vida para contar, onde ele poderia ter se gabado do seu sucesso com a mulherada, da sua riqueza, do seu poder, da sua intelectualidade e de uma série de outras coisas. Mas não, ele preferiu abrir o seu coração e lamentar. Movido pela vaidade, passou a vida toda correndo atrás do vento.

O que mais me intriga nisso tudo, é imaginar o que eu escreveria no meu livro biográfico. Um dos meus maiores medos é ter vindo a este mundo a passeio. É passar por aqui sem ter feito nada de útil. E isso não necessariamente quer dizer fazer algo grandioso. Mas sim valioso. E não valioso monetariamente falando, mas sim afetiva e espiritualmente. É ter vivido bem com a maioria. É respeitar e ser respeitado. É amar, ajudar, criar, participar, compartilhar… É ser bom pra mim! É ser ótimo pro outro. É acima de tudo crer. Ter fé. N’Ele e na vida.

Amarante deve ter lido as lamentações do rei e sabiamente poetizado suas lastimas em uma bela canção. O Velho e o moço é uma música que Salomão com certeza cantaria. Lamentando por não poder mudar o que passou. Mas assumindo que viveu intensamente o que se propôs viver.

O Velho e o Moço – Los Hermanos

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar…
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo
E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo

E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?

Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!

Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando fala comigo,
Quando eu sei ouvir…

www.myspace.com/acaravanadodelirio

Chega de defender os fracos, oprimidos, injustiçados ou sejá lá como for que você definiria as bandas que eu andei defendendo.

Mas, agora ta na hora de indicar algo que pelo menos eu achei muito bom.

Fã assumido do Geléia do Rock, esse ano um dos participantes me chamou muita atenção. Mais pela qualidade das suas composições, do que pela sua técnica apurada.

Matheus Torreão é o nome do figura. Figura mesmo, no sentido mais irreverente da palavra, Matheus consegue misturar muito bem a sua pitada ácida de humor com a música feita pela Caravana. No EP Glamurosa Comédia Pop de 2009, de uma forma única eles questionaram o sistema e o rock’n roll, deixaram o romance de lado e assumiram um jeito putão de ser.

Apesar de não acreditar que o “tal do rock’n roll morreu”, as 5 musicas que compõem o EP debut da banda, traz boas pitadas de blues, sem deixar de lado o rock peculiar que a banda trouxe a tona.

No vídeo acima, Matheus canta e toca violão, junto com a banda Os Gutembergs, formada no Geleia do Rock.

A voz do Matheus é mais um charme agregado a obra final. O sotaque pernambucano e a entonação safada trazem um tom sarcástico às musicas. Principalmente na musica MãoNogamia, uma verdadeira celebração a… punheta. É isso mesmo. “MASTURBATION”!

Essa entonação safada fica mais evidente ainda nas musicas Pervertido e Hino Vegetariano, que compõe o segundo EP da banda “Delirium Tremens”.

Lançado no início de 2011, o EP é outra obra sarcasticamente bem feita. Com uma melhor produção, fruto do reconhecimento que a banda vem tendo, agora em todo Brasil, graças ao Geléia, e que fez com que Matheus ficasse conhecido pelas boas composições, fazendo a Caravana consequentemente atrair ouvintes fora da geografia Pernambucana.

Mais uma vez, com uma forma divertida de expor as idéias, A Caravana envolta em seus delírios, se questiona sobre o sentido das coisas aqui na terra.

Apesar de irreverente, a musica Baião do Apocalipse é um chute no saco da humanidade, que de forma egoísta ainda insiste em brigar por tudo aqui nessa terra. Escutando essa música eu lembro da filosofia pregada pelo James Cameron no Avatar. [SPOILER] Os humanos invadem Pandora afim de conquistar algumas riquezas daquele planeta. Diferentemente da terra, Pandora é um planeta sem divisão. Tudo pertence a todos e com isso não há brigas egocêntricas. [/SPOILER] Meio viagem minha, mas eu lembrei.

Já em Esperando A Volta do Mecenas, A Caravana faz uma viagem pela história e cria um paralelismo entre a pessoa de Caio Cílnio Mecenas com a literatura dos dias hoje. Trazendo para musica, é uma crítica a tanta porcaria criada e cantada por aí. A musica retrata o fio de esperança que ainda existe, sem deixar de falar que todos temos um pouco de culpa pelo estado decadente da nossa arte.

As musicas Pervertido e Hino Vegetariano, já citadas acima, divertem sem ser galhofas.

Vou embora para o México, é uma autocrítica. Matheus pede perdão por não conseguir executar bem suas canções. “Relaxa Matheus, sua voz peculiar deixa A Caravana com uma personalidade ímpar. Precisa se desculpar de nada não.” De qualquer forma, a música é excelente é uma das minhas preferidas.

Faltou apenas falar de Quando Chega o Carnaval. Para quem não gosta dessa época do ano, o lamento está “personificado” em forma de música. Eu que não gosto, vou ficar recluso em um sítio com uma galera massa, fazendo a vida valer a pena! Interessante a contradição entre a letra e a música. Bela sacada!

Enfim, a pequena resenha sobre o novo EP da A Caravana do Delírio, foi mais com a intenção de apresentar à vocês uma banda diferente das convencionais, com um som muito bom e de personalidade.

A sonoridade me lembrou em boa parte a musica sarcastica do Zeca Baleiro. Inteligente, agradável, empolgante e que faz sorrir. É isso. Música é isso. Que no final das contas te faz rir de prazer. Seja ela engraçada ou não. Mas ela precisa gerar satisfação.

A Caravana me fez gargalhar e eu espero ansiosamente ouvir muito mais deles!

Enfim, a pequena resenha sobre o novo EP da A Caravana do Delírio, foi mais com a intenção de apresentar à vocês uma banda diferente das convencionais, com um som muito bom e de personalidade.
A sonoridade me lembrou em boa parte a musica sarcastica do Zeca Baleiro. Inteligente, agradável, empolgante e que faz sorrir. É isso. Música é isso. Que no final das contas te faz rir te prazer. Seja ela engraçada ou não. Mas ela precisa gerar satisfação.
A Caravana me fez gargalhar e eu espero ansiosamente ouvir muito mais deles!

Chororo colorido

A hora e a vez dos coloridos.Opinião foi feita para ser mudada. Você acredita nisso? Eu acredito em partes. Mais agora, que comecei a mudar minha opinião em relação as bandas coloridas.

Principalmente o Restart, tão evidenciado nos últimos dias. Não! Eu não os acho uma boa banda. Eu não curto as musicas que eles tocam. Mas já tem um tempo que estou tentando entender o porquê de tanto mimimi em relação a esses caras. Depois de assistir ao episódio do Restart no Rock Estrada, que é um programa muito bom por sinal, comecei a mudar meu conceito sobre essa molecadinha. Procurei trazer a memória o que eu ouvia e o que de bom rolava quando tinha entre 13 e 17 anos, que é a idade da galera que se amarra nessas bandas. Na época, a VJ Sarah Oliveira comandava o Disk MTV, programa que passava os clips mais votados durante toda a semana. Claro que da pra destacar ótimas bandas, como o Nickelback, o Creed, o Linkin Park, um CBJr em ascensão, os experientes e nunca envelhecidos Skank e Jota Quest com os seus “ao vivo”, as novidades Pitty e Detonautas e o CPM 22 quando ainda fazia uma som bacana de se ouvir. Sim essas bandas tiveram grande destaque nessa época. Delas, o Creed e o Jota Quest eu carrego sempre no meu mp3. Compensa dizer aqui que o CPM 22 hoje não é nada do que foi um dia? Quando eles perderam espaço, eles não conseguiram se reinventar e estão em declínio total a meu ver.

Pois bem… Alguns anos se passaram e o que domina o “top 10” do nosso Brasil hoje são bandas como o Cine e o Restart. Ta, musicalmente falando não se comparam nunca ao Creed por exemplo, e se tratando de Brasil, tomam um passeio do CBJr. Mas entre tantas bandas legais e algumas nem tanto assim, estavam o Blink 182, a Avril Lavingne e até uma dupla que desapareceu chamada TATU. Na moral, com letras tão ruins e imbecis quanto as do Restart e do Cine. E não tinha tanto mimimi assim como tem hoje.

Tudo bem que o Blink faz um som animal e até hoje eu me pego escutando o som dos caras, mas em matéria de conteúdo é uma porcaria do mesmo jeito.

E a galera que mais metralha essa molecada é a galera da minha geração. A geração que esta na transição adolescência/juventude e se aproximando da fase adulta. E naquela época nós defendíamos essas bandas ruins da mesma forma que as da atualidade são defendidas.

Só me leva a conclusão que musica ruim não existe. Existe o que você gosta e o que eu gosto.

O que é bom pra mim pode ser péssimo pra você e vice-versa.

Olhando de uma forma generalizada, já que nem 5% da população que consome musica, entende de fato para fazer uma analise profunda, eu concluo que qualidade musical se mede pelo gosto de cada um. Então, porque batemos tanto nesses caras? Só pode ser pela forma que eles se vestem. Apenas por isso. E isso tem nome: PRECONCEITO!

Assim como você, eu também olho pra um sujeito desses na rua e falo: QUE PORRA É ESSA? Em contrapartida, quando vejo uma pessoa com dreadlocks, meus olhos brilham de inveja, porque eu sempre quis ter dreads, pelo menos por um dia (rs). E aí os coloridos olhariam pra mim e diriam a mesma coisa. Tudo bem que combinar uma calça laranja, uma camisa roxa e um óculos verde limão, tendo o cabelo que o Xororó usava há 20 anos atrás, soa bizarro e ridículo. Mas e daí? Se a pessoa se sente bem assim, problema é dela. Nós não temos que ficar tentando derrubar os caras toda vez que a musica deles toca na rádio (alguém ainda ouve isso?) ou eles aparecem na televisão.

Dinho Ouro Preto estava falando mal dos caras outro dia. Logo ele que influenciou tanta gente, inclusive os caras do Restart imagino eu. Mas diz pra mim, o que o Capital fez de relevante nos últimos anos? Soou-me como uma grande inveja, já que o Capital não está na mídia da mesma forma que esses caras estão. – Ah, mas os caras são músicos ruins, você diria. Ah ta bom! Quer dizer que todo mundo que começa na musica tem por obrigação ser “expert”? Trabalho e competência têm que ser aliado. Eles são moleques e tem muito que aprender ainda. E precisam ter consciência disso!

O que me assusta nisso tudo, é o tamanho da idolatria dessa geração. É uma coisa doentia quase. Sei lá se é por causa da internet, mas a falta de barreiras geográficas que ela trouxe, facilitou a forma das pessoas se sentirem no direito de invadir a privacidade das outras, principalmente dos seus ídolos. Antigamente, você tinha aquela ânsia de ir a um show, trocar uma idéia no camarim e já tava ok. Hoje essa molecada decide até qual cueca os caras tem que usar. Isso é surreal. Essa geração criada a Sucrillos é totalmente desvairada. É preciso aprender ser mais racional, aceitar críticas e conhecer o limite do artista que admira.

Por exemplo, eu curto muito o Jota Quest, mas acho o baterista deles meia-boca demais. Nem por isso eu vou sair por aí brigando com quem fala que ele é ruim. Eu reconheço que é, e pronto. Continuo gostando do som deles da mesma forma. Agora, vai falar para um fã do Restart que o baixista deles canta pelo nariz. Ou melhor, é fanho mesmo! Vai comprar uma briga feia “neguim”. RACIONALIDADE. Só isso que eu peço. E pra deixar a galera mais racional ainda, é preciso ter pessoas capacitadas para escolher os vencedores em uma premiação como o prêmio Multishow e o VMB. O Cine não é a melhor banda do Brasil nunca. Nem o Restart tem o melhor single. Mas talvez as bandas que eu curto escutar, também não sejam as melhores. Deixar a escolha pra massa vai dar nisso sempre! Obvio! Por isso o resultado final desses prêmios não pode ser levado a serio. É apenas mais uma festa e pronto! Valida até.

Taí, esse mimimi exagerado parte de quem AINDA leva a sério o resultado final dessas premiações! E baseado em tudo que falei, não existe a melhor banda! Deveriam trocar o nome da categoria pra destaque do ano. Aí sim o prêmio seria do Restart e de uma forma bem merecida. Só se fala nesses caras, ou para idolatrar, ou para maldizer. Eu em muitas das vezes andei maldizendo. Ainda estou longe de idolatrar (e tenho certeza que isso não vai acontecer com banda alguma, nem mesmo as que eu curto), escutar ou gostar dessas bandas. Mas não crítico mais. Ganho meu precioso tempo procurando bandas com um som mais próximo do que eu curto.

E descobri grandes novidades, como o Vivendo do Ócio, Moptop, A Caravana do Delírio, Mombojó, dentre outras tantas. A vida é cíclica e o tempo é o Senhor da Razão.

Se o nível musical desses caras não subir e muito, a fase deles vai passar e outras tantas coisas (ruins) virão. Se eles forem capaz só disso que vemos hoje, já era “mermão”! Mas eles têm a faca e o queijo na mão para evoluírem. Deixa os caras se divertirem. Se você curte, ouça; se não, vai ler um livro, ver um filme ou ouvir algo que te agrade.

Vamos parar de brigar pra defender ou sempre menosprezar apenas pelo prazer de menosprezar. Deixa o mimimi pro Felipe Neto. E não se esqueça: TODOS NÓS TEMOS UMA BANDA QUE GOSTAMOS PRA NOS ENVERGONHAR!

Apenas o Fim

Mais uma da série de resenhas.

Ouvi falar desse filme ano passado. Em meados do ano passado. Já faz um ano isso e só hoje 15 de julhor de 2010 enfim conseguir assistir. O filme é brasileiro, tem um roteirista/diretor/produtor de 20 anos e ainda estudante de cinema.

O cara foi lá, idealizou a parada, pegou os equipamentos emprestados na facul, juntou uns amigos, professores, que foram chamando mais pessoas capacitadas, alguns artistas amigos e uma excelente ideia na caixola pra fazer apenas o fim.

O filme é impar. Desde o início até a última cena. Tem participão do Adnet e da Nathalia Dill.

A história é algo incomum. Um casal de namorados onde um não tem nada haver um com o outro. Ela, meio patricinha, cheia de manias de menininha, com uma personalidade de mulher. Ele um nerd. Sim um nerd. Talvez por isso eu tenha me identificado tanto.

Tudo bem que ser nerd é o novo hype mundial né. Graças ao Sheldon (sim agora que assisto The Big Bang Theory posso falar dele com propriedade) que vem fazendo que muitas pessoas admirem os caras mais intelectualizados. Hoje um nerd não é mais um cara raquitico, que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com a mulherada e que só vai dar umazinha depois dos 30, e ainda assim vai se sair pessimamente. Hoje o nerd é encarado como um cara raquitico (ou gordo dependendo de algumas váriaveis), que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com as mulherada, com uma possibilidade de dar umazinha antes do 30, e que além disso tudo é amigo, honesto, bomc ompanheiro e muito romantico. Do seu jeito é claro, mas romantico.

Tom, o personagem de Gregorio Duvivier em Apenas é o fim é quase isso. Vive um relacionamento estavel com Adriana, até que um dia ela chega pra ele e diz: “to indo embora. Nossa historia acaba aqui. Temos uma hora. Podemos ir pro nosso lugar secreto e transar loucamente ou sair pra conversar. Qual você escolhe?”

Tá eu sei, que a maioria dos homens escolheria a primeira opção, mas Tom não, preferiu ter um momento de DR. E é justamente por causa disso que o filme se torna fantastisco. Cheio de flashbacks de momentos que os dois passaram juntos, conversando claro. Sobre tudo, sobre todos, sobre tamaguchi, sobre power rangers, sobre Boysbands e Britney Spears; se transformers é o melhor filme do mundo, se sonhos são histórias inventadas, se adivinhar o futuro vale a pena, se preferir ver outro se ferrar a vencer é a melhor coisa, dentre tantas outras coisas que marcaram nossa infancia e adolescencia de meados dos anos 80 pra cá.

É fanstastico discutir com a sua namorada se Nintendo é melhor que Sony. Se Super Mario é melhor que GTA. Acho que é por isso que nos sentimos como os personagens. O filme te transporta pra dentro de um mundo que você viveu e hoje está na sua lembrança.

Outra coisa interessante são os diálogos. Ah sim, acho que esqueci de falar. Com tão pouco recurso, pra cenario, efeitos especiais, seja lá o que for, a solução é apelar pros diálogos. E sim, um bom filme é feito com eles. Não precisar ser esteticamente bonito como Crepusculo/Lua Nova/Eclipse e ser uma merda em conteudo, diálogos, trejeitos e tal. Erika Mader (sobrinha da genial Mallu Mader) e Gregorio dão um show de interpretação. Segue algumas falas:

Ela: Você vê filmes demais, vai acabar me amando pra sempre! Vai me procurar em todas as garotas, todos os bares, todas as ruas. Aí um dia, depois de muito tempo, num lugar qualquer você vai me ver. Mas aí vai achar que foi uma ilusão e eu vou embora!

Ela: Eu acho o amor tão triste sabe?! É como pedir pizza, você pede a pizza, fica ansioso para a pizza chegar. A pizza chega, você come, se empanturra e vai ver televisão no sofá.

Ele: Se eu pudesse destruiria tudo, destruiria a cidade, nao, destruiria o mundo inteiro de uma vez pra resconstruir ele todo o mais rapido posível de forma que ele fosse perfeito pra voce, que voce nao tivesse problemas, nao precisasse fugir. É isso.

Ela: Você não precisa ficar assim. Isso é só o fim. O que realmente importa já foi feito. A gente já teve os nossos momentos especiais. E é isso que importa no fim, é ter alguma coisa para lembrar, alguma coisa para nunca esquecer, é uma coisa que não tem fim.

Ele: A Diferença entre Psicanalise e Arte, é que se eu não fizer arte eu não preciso pagar a sessão.

Ela: falar sobre amor é muito clichê.
Ele: acho que falar sobre falar que amor é cliche que é muito chiclê.

Ele: Você é uma farsa,sabia? uma bem bonitinha, mas uma farsa.

Ele: A única coisa boa de morrer de amor é que você continua vivo.

Ele: E agora?
Ela: Agora é o resto das nossas vidas!

Sim senhoras e senhores. Um relacionamento é baseado no diálogo, na amizade, no companheirismo. Não em uma prisão, em meias verdades ou viver em função apenas de outra pessoa. O grande ensino que fica é: Se o fim chegar, é apenas o fim de um relacionamento, afinal, como costumo semp re dizer VIDA QUE SEGUE!

Trilha do filme: Los Hermanos (claro) – Pois é

Começando uma nova área aqui no blog. Vou bancar o entendedor e fazer a resenha de alguns cds/concertos/filmes. Tá eu sei, eu não domino essas áreas, por isso já adianto: A resenha traduz o que EU penso. Os comentários estão aí pra você colocar o que VOCÊ pensa. Gostos são diferentes. Percepções tambem. Não espere muita tecnica nas minhas analises. Espere sentimento.

E pra começar o novo cd da banda Resgate, “Ainda não é o último”. Acreditando na promessa dos bispos, me enchi de expectativa para um recomeço da banda. Depois de dois cds em meio a uma fase conturbada (um inedito e um ao vivo de regravações) e completamente discutíveis a nível de qualidade, quando todos achavam que a banda sofreria um baque, eles vem com tudo e declaram que ainda não acabou!

Faixa por faixa, eu já destaco por antecedencia “A hora do Brasil”, “Genérica”, “Jack, Joe and Nancy in the mall” e “Transformers”.

A Hora do Brasil – Me lembra MUSE. Porem falta uma tecnica mais apurada ao baixista pra chamar a musica pra si como o do MUSE faz. Destaque pra letra, que clama por um país que sirva a Cristo sem cair no clichê extravagantemente chato “eu declaro que o Brasil percente ao Senhor Jesus”. Curti tbm o coral de crianças numa passada de coro/estrofe da musica. Muito criativa a letra que mostra o mal nas pessoas de várias formas. Mal este que esta presente no nosso dia-a-dia, e vai do mais pobre e fedido mendigo, até ao cara mais importante que usa terno e/ou carrega uma bíblia na mão. Cheia de rifs clichês, mas muito bem encaixados na musica. Um solo acanhado e com uma pegada de Rock Britanico que eles paqueraram em 1 ou 2 musicas do último cd de inéditas e pelo visto agora se pegam.

Depois de Tudo – “Atravessar o deserto e depois de tudo ainda crer na promessa” É a frase mais marcante da música. Em meio a tantas letras cristãs que só pregam vencer, vencer e vencer, a banda traz uma reflexão diferente e verdadeira no meu ponto de vista. Quem disse que depois que aceitamos a Cristo nos tornamos invenciveis? Muito pelo contrario, a derrota as vezes pode ser mais constante do que a vitória. É permissão de Deus. E apesar de tudo ainda acreditar que a nossa vitória virá só quando formos viver com Cristo. A música bem no estilo Resgate mesmo. Chama a atenção as frases de teclado bem colocadas que dão um charme a mais na música. Por outro lado, ficou a impressão de que essa musica é uma explicação de que as coisas não iam bem no reino das águas claras, quer dizer, da Renascer. Estaria aí um indício do motivo pelo qual todos os integrantes deixaram a Renascer? Vai saber…

Outra vez – Musica completamente sem sal. Sei lá. É um pop bem brasileiro. Estilão Capital Inicial. Não curti, embora eu tenha gostado do coro chiclete.

Genérica – Depois da decpção vem a glória. Que musica linda. Que letra maravilhosa. Que levada gostosa de ouvir. Que tapa na cara essa música. “Quem é você”? Nos escondemos em tantas coisas, principalmente em quem não somos.
Tentamos adaptar-nos ao meio para ser aceito de alguma forma. Não somos quem somos na verdade. Nos deslumbramos com tanta coisa passageira. No final das contas descobrimos que nunca fomos nós mesmos. Quem somos nós? Só Deus pra saber…

Neófito – Música legal apenas, ofuscada pelas duas mais brilhantes faixas do cd. A que a antecede e a sucessora.

Jack, Joe and Nancy in the mall – Que mané Mallu Magalhães o que. Quem deixaria Bob Dylan com um brilho nos olhos
cantando um folk de tirar o folego (de rir inclusive) é o Zé Bruno. Muito criativa. A forma mais divertida de se falar das drogas. De uma maneira humoristicamente patetica, as palavras em Ingles “Achord hot at you, See league a man as sound, Tone town,Throw shown”, tem seus fonemas transformados em mensagens do tipo “Acorda otário, se liga manezão, tontão, frouxão”. Frases de impacto tambem dão o tom nessa brincadeira toda. “Tap pass undo Mall? Tag guest undo to do Nancy pop?” vira “Tá passando mal? Tá gastando tudo nesse pó?”. Se você achava Rock da Vovó divertida, vai adorar JJANITM (ah, as abreviações dos nomes das musicas são uma maravilha neh). Pra mim, UMA DAS, se não A, melhor musica do CD. A avó do Zé Bruno concordaria comigo.

O vesuvio – É serio, eu pensei que o MOPTOP tava tocando nessa música. Lembra demais a introdução de “Sempre Igual” da banda carioca. Claro, num compasso mais cadenciado. Do timbre da guitarra ao Riff. A musica até que é legal, mas cai num loop quase infinito, lembrando os quase mantras que cantamos no louvor da Igreja, algumas linhas e muitas, muitas, mas muitas repetições… Mas como cantado “eu não vou me queimar” essa musica não tem gabarito (ainda) pra queimar o cd. Pra mim essa é abaixo da média no conjunto da obra geral.

Tudo certo – Musica simples, com uma letra simples e rifs extramamente clichês. A frase em inglês para quebrar a mesmice, traz um toque de sofisticação a musica. Delicosa de ouvir. Traz uma paz sem igual. “Mais tranquilo eu vou, tudo certo”. O interessante é que a letra pede uma musica simples. A simplicidade de ambas casa de uma forma assim… simples. (rss) Ah, a simplicidade é bela. Se menos é mais, essa musica é uma das MAIS top desse cd.

Transformers – E tome criatividade. Com uma pegada que estamos acostumados a ver o resgate fazer. Ou melhor, ouvir. E que nós sabemos que eles fazem bem. A bateria dita a pegada da musica e casa perfeitamente com as guitarras bem executadas, sem excessos. O resgate é uma banda que explora bem a licença poetica. Essa musica é repleta delas para expressar a transformação que Deus pode fazer em nossas vidas. Quem eu era? Quem eu sou? Quem é você? E o que poderia ser? Mais uma das tops. Achei que a musica pedia um solo de guitarra mais elaborado. Ele foi até ensaiado antes da ultima estrofe. Numa pegada sessentista até essa musica.

Una vuelta mas – A face latina do resgate. Abusa moderadamente do portunhol num dueto (que ainda não descobri com quem), de sintetizadores e de uma bela poesia. “Não sei como começou, nem onde vai parar. Mas se vejo uma sombra tua, é ai que quero estar”. Essa musica tem uma VIBE que eu não soube explicar. Escutaria ela por horas, seguidamente.

A terapia – E tome sintetizadores. Outra com uma pegada Brit. Enfim o solo desenhado antes apareceu nessa musica. Timidamente mas apareceu. Sei lá dessa música. Deixa eu escutar ela um pouco mais. Sem analise!

Qou me lembrar – Que introdução com cara de musica adolescente. Baseado em que eu acho isso? Não sei! Mas quando ela começou eu tive quase certeza que a Hayley ia entrar cantando ali. Mas Zé Bruno como sempre muito competente inicia a canção que encerra o cd. É uma glorificação a Deus e uma promessa de nossa parte, de sempre nos lembrar do que foi feito por nós. Musica pra cantar na ceia. Outra que paseia pelo Brit. Termina bem diferente de como começou. Pelos acordes iniciais eu não esperava isso. No instrumental que tem no fim, há umas frases feitas pelo teclado, enquanto a cozinha da banda repete o riff do refrão. Cabia facil alí uma orquestra. Nossa ia ser um final apoteotico para o cd. Quem sabe dar um peso a mais nas guitarras, tendo o teclado junto segurando na base, enquanto a orquestra executava sua parte. Nossa, imaginei um clip que deixaria a família MK de queixo caído com suas (ruins) produções hauahua.

Enfim. Melhor do que o Até Eu Envelhecer. As letras criativas como sempre, elevam a nota desse cd. Letras poeticas e divertidas fogem das frases clichês cantadas entre os evangelicos. A terceira força do Rock Cristão brasileiro mostra força em seu retorno. Começa uma nova fase para o Resgate. Senti falta de uma ousadia no instrumental. Inclusive o que abaixa a nota desse cd é a parte instrumental. Não acompanhou as letras. Espero ver isso em um proximo trabalho. Vida longa ao Resgate. Pra quem curte a banda um prato cheio. Pra quem não curte, vale a pena umas duas escutadas no cd.

Nota 7,5/10.