Mais uma da série de resenhas.

Ouvi falar desse filme ano passado. Em meados do ano passado. Já faz um ano isso e só hoje 15 de julhor de 2010 enfim conseguir assistir. O filme é brasileiro, tem um roteirista/diretor/produtor de 20 anos e ainda estudante de cinema.

O cara foi lá, idealizou a parada, pegou os equipamentos emprestados na facul, juntou uns amigos, professores, que foram chamando mais pessoas capacitadas, alguns artistas amigos e uma excelente ideia na caixola pra fazer apenas o fim.

O filme é impar. Desde o início até a última cena. Tem participão do Adnet e da Nathalia Dill.

A história é algo incomum. Um casal de namorados onde um não tem nada haver um com o outro. Ela, meio patricinha, cheia de manias de menininha, com uma personalidade de mulher. Ele um nerd. Sim um nerd. Talvez por isso eu tenha me identificado tanto.

Tudo bem que ser nerd é o novo hype mundial né. Graças ao Sheldon (sim agora que assisto The Big Bang Theory posso falar dele com propriedade) que vem fazendo que muitas pessoas admirem os caras mais intelectualizados. Hoje um nerd não é mais um cara raquitico, que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com a mulherada e que só vai dar umazinha depois dos 30, e ainda assim vai se sair pessimamente. Hoje o nerd é encarado como um cara raquitico (ou gordo dependendo de algumas váriaveis), que olha pro chão o tempo todo, sem jeito com as mulherada, com uma possibilidade de dar umazinha antes do 30, e que além disso tudo é amigo, honesto, bomc ompanheiro e muito romantico. Do seu jeito é claro, mas romantico.

Tom, o personagem de Gregorio Duvivier em Apenas é o fim é quase isso. Vive um relacionamento estavel com Adriana, até que um dia ela chega pra ele e diz: “to indo embora. Nossa historia acaba aqui. Temos uma hora. Podemos ir pro nosso lugar secreto e transar loucamente ou sair pra conversar. Qual você escolhe?”

Tá eu sei, que a maioria dos homens escolheria a primeira opção, mas Tom não, preferiu ter um momento de DR. E é justamente por causa disso que o filme se torna fantastisco. Cheio de flashbacks de momentos que os dois passaram juntos, conversando claro. Sobre tudo, sobre todos, sobre tamaguchi, sobre power rangers, sobre Boysbands e Britney Spears; se transformers é o melhor filme do mundo, se sonhos são histórias inventadas, se adivinhar o futuro vale a pena, se preferir ver outro se ferrar a vencer é a melhor coisa, dentre tantas outras coisas que marcaram nossa infancia e adolescencia de meados dos anos 80 pra cá.

É fanstastico discutir com a sua namorada se Nintendo é melhor que Sony. Se Super Mario é melhor que GTA. Acho que é por isso que nos sentimos como os personagens. O filme te transporta pra dentro de um mundo que você viveu e hoje está na sua lembrança.

Outra coisa interessante são os diálogos. Ah sim, acho que esqueci de falar. Com tão pouco recurso, pra cenario, efeitos especiais, seja lá o que for, a solução é apelar pros diálogos. E sim, um bom filme é feito com eles. Não precisar ser esteticamente bonito como Crepusculo/Lua Nova/Eclipse e ser uma merda em conteudo, diálogos, trejeitos e tal. Erika Mader (sobrinha da genial Mallu Mader) e Gregorio dão um show de interpretação. Segue algumas falas:

Ela: Você vê filmes demais, vai acabar me amando pra sempre! Vai me procurar em todas as garotas, todos os bares, todas as ruas. Aí um dia, depois de muito tempo, num lugar qualquer você vai me ver. Mas aí vai achar que foi uma ilusão e eu vou embora!

Ela: Eu acho o amor tão triste sabe?! É como pedir pizza, você pede a pizza, fica ansioso para a pizza chegar. A pizza chega, você come, se empanturra e vai ver televisão no sofá.

Ele: Se eu pudesse destruiria tudo, destruiria a cidade, nao, destruiria o mundo inteiro de uma vez pra resconstruir ele todo o mais rapido posível de forma que ele fosse perfeito pra voce, que voce nao tivesse problemas, nao precisasse fugir. É isso.

Ela: Você não precisa ficar assim. Isso é só o fim. O que realmente importa já foi feito. A gente já teve os nossos momentos especiais. E é isso que importa no fim, é ter alguma coisa para lembrar, alguma coisa para nunca esquecer, é uma coisa que não tem fim.

Ele: A Diferença entre Psicanalise e Arte, é que se eu não fizer arte eu não preciso pagar a sessão.

Ela: falar sobre amor é muito clichê.
Ele: acho que falar sobre falar que amor é cliche que é muito chiclê.

Ele: Você é uma farsa,sabia? uma bem bonitinha, mas uma farsa.

Ele: A única coisa boa de morrer de amor é que você continua vivo.

Ele: E agora?
Ela: Agora é o resto das nossas vidas!

Sim senhoras e senhores. Um relacionamento é baseado no diálogo, na amizade, no companheirismo. Não em uma prisão, em meias verdades ou viver em função apenas de outra pessoa. O grande ensino que fica é: Se o fim chegar, é apenas o fim de um relacionamento, afinal, como costumo semp re dizer VIDA QUE SEGUE!

Trilha do filme: Los Hermanos (claro) – Pois é