A hora e a vez dos coloridos.Opinião foi feita para ser mudada. Você acredita nisso? Eu acredito em partes. Mais agora, que comecei a mudar minha opinião em relação as bandas coloridas.

Principalmente o Restart, tão evidenciado nos últimos dias. Não! Eu não os acho uma boa banda. Eu não curto as musicas que eles tocam. Mas já tem um tempo que estou tentando entender o porquê de tanto mimimi em relação a esses caras. Depois de assistir ao episódio do Restart no Rock Estrada, que é um programa muito bom por sinal, comecei a mudar meu conceito sobre essa molecadinha. Procurei trazer a memória o que eu ouvia e o que de bom rolava quando tinha entre 13 e 17 anos, que é a idade da galera que se amarra nessas bandas. Na época, a VJ Sarah Oliveira comandava o Disk MTV, programa que passava os clips mais votados durante toda a semana. Claro que da pra destacar ótimas bandas, como o Nickelback, o Creed, o Linkin Park, um CBJr em ascensão, os experientes e nunca envelhecidos Skank e Jota Quest com os seus “ao vivo”, as novidades Pitty e Detonautas e o CPM 22 quando ainda fazia uma som bacana de se ouvir. Sim essas bandas tiveram grande destaque nessa época. Delas, o Creed e o Jota Quest eu carrego sempre no meu mp3. Compensa dizer aqui que o CPM 22 hoje não é nada do que foi um dia? Quando eles perderam espaço, eles não conseguiram se reinventar e estão em declínio total a meu ver.

Pois bem… Alguns anos se passaram e o que domina o “top 10” do nosso Brasil hoje são bandas como o Cine e o Restart. Ta, musicalmente falando não se comparam nunca ao Creed por exemplo, e se tratando de Brasil, tomam um passeio do CBJr. Mas entre tantas bandas legais e algumas nem tanto assim, estavam o Blink 182, a Avril Lavingne e até uma dupla que desapareceu chamada TATU. Na moral, com letras tão ruins e imbecis quanto as do Restart e do Cine. E não tinha tanto mimimi assim como tem hoje.

Tudo bem que o Blink faz um som animal e até hoje eu me pego escutando o som dos caras, mas em matéria de conteúdo é uma porcaria do mesmo jeito.

E a galera que mais metralha essa molecada é a galera da minha geração. A geração que esta na transição adolescência/juventude e se aproximando da fase adulta. E naquela época nós defendíamos essas bandas ruins da mesma forma que as da atualidade são defendidas.

Só me leva a conclusão que musica ruim não existe. Existe o que você gosta e o que eu gosto.

O que é bom pra mim pode ser péssimo pra você e vice-versa.

Olhando de uma forma generalizada, já que nem 5% da população que consome musica, entende de fato para fazer uma analise profunda, eu concluo que qualidade musical se mede pelo gosto de cada um. Então, porque batemos tanto nesses caras? Só pode ser pela forma que eles se vestem. Apenas por isso. E isso tem nome: PRECONCEITO!

Assim como você, eu também olho pra um sujeito desses na rua e falo: QUE PORRA É ESSA? Em contrapartida, quando vejo uma pessoa com dreadlocks, meus olhos brilham de inveja, porque eu sempre quis ter dreads, pelo menos por um dia (rs). E aí os coloridos olhariam pra mim e diriam a mesma coisa. Tudo bem que combinar uma calça laranja, uma camisa roxa e um óculos verde limão, tendo o cabelo que o Xororó usava há 20 anos atrás, soa bizarro e ridículo. Mas e daí? Se a pessoa se sente bem assim, problema é dela. Nós não temos que ficar tentando derrubar os caras toda vez que a musica deles toca na rádio (alguém ainda ouve isso?) ou eles aparecem na televisão.

Dinho Ouro Preto estava falando mal dos caras outro dia. Logo ele que influenciou tanta gente, inclusive os caras do Restart imagino eu. Mas diz pra mim, o que o Capital fez de relevante nos últimos anos? Soou-me como uma grande inveja, já que o Capital não está na mídia da mesma forma que esses caras estão. – Ah, mas os caras são músicos ruins, você diria. Ah ta bom! Quer dizer que todo mundo que começa na musica tem por obrigação ser “expert”? Trabalho e competência têm que ser aliado. Eles são moleques e tem muito que aprender ainda. E precisam ter consciência disso!

O que me assusta nisso tudo, é o tamanho da idolatria dessa geração. É uma coisa doentia quase. Sei lá se é por causa da internet, mas a falta de barreiras geográficas que ela trouxe, facilitou a forma das pessoas se sentirem no direito de invadir a privacidade das outras, principalmente dos seus ídolos. Antigamente, você tinha aquela ânsia de ir a um show, trocar uma idéia no camarim e já tava ok. Hoje essa molecada decide até qual cueca os caras tem que usar. Isso é surreal. Essa geração criada a Sucrillos é totalmente desvairada. É preciso aprender ser mais racional, aceitar críticas e conhecer o limite do artista que admira.

Por exemplo, eu curto muito o Jota Quest, mas acho o baterista deles meia-boca demais. Nem por isso eu vou sair por aí brigando com quem fala que ele é ruim. Eu reconheço que é, e pronto. Continuo gostando do som deles da mesma forma. Agora, vai falar para um fã do Restart que o baixista deles canta pelo nariz. Ou melhor, é fanho mesmo! Vai comprar uma briga feia “neguim”. RACIONALIDADE. Só isso que eu peço. E pra deixar a galera mais racional ainda, é preciso ter pessoas capacitadas para escolher os vencedores em uma premiação como o prêmio Multishow e o VMB. O Cine não é a melhor banda do Brasil nunca. Nem o Restart tem o melhor single. Mas talvez as bandas que eu curto escutar, também não sejam as melhores. Deixar a escolha pra massa vai dar nisso sempre! Obvio! Por isso o resultado final desses prêmios não pode ser levado a serio. É apenas mais uma festa e pronto! Valida até.

Taí, esse mimimi exagerado parte de quem AINDA leva a sério o resultado final dessas premiações! E baseado em tudo que falei, não existe a melhor banda! Deveriam trocar o nome da categoria pra destaque do ano. Aí sim o prêmio seria do Restart e de uma forma bem merecida. Só se fala nesses caras, ou para idolatrar, ou para maldizer. Eu em muitas das vezes andei maldizendo. Ainda estou longe de idolatrar (e tenho certeza que isso não vai acontecer com banda alguma, nem mesmo as que eu curto), escutar ou gostar dessas bandas. Mas não crítico mais. Ganho meu precioso tempo procurando bandas com um som mais próximo do que eu curto.

E descobri grandes novidades, como o Vivendo do Ócio, Moptop, A Caravana do Delírio, Mombojó, dentre outras tantas. A vida é cíclica e o tempo é o Senhor da Razão.

Se o nível musical desses caras não subir e muito, a fase deles vai passar e outras tantas coisas (ruins) virão. Se eles forem capaz só disso que vemos hoje, já era “mermão”! Mas eles têm a faca e o queijo na mão para evoluírem. Deixa os caras se divertirem. Se você curte, ouça; se não, vai ler um livro, ver um filme ou ouvir algo que te agrade.

Vamos parar de brigar pra defender ou sempre menosprezar apenas pelo prazer de menosprezar. Deixa o mimimi pro Felipe Neto. E não se esqueça: TODOS NÓS TEMOS UMA BANDA QUE GOSTAMOS PRA NOS ENVERGONHAR!